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Separação conjugal

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Mensagem por Admin Ter Mar 04, 2014 7:42 am

Olá a todos, é um prazer editar mais um tópico  Very Happy  Very Happy 


De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 1996), o número de separações e divórcios foi de 12%, sendo que 71% foram requeridas pelas mulheres. A maioria dessas separações dão-se no segundo ano do casamento (7.432 separações).

Segundo MUNHÓZ (2000), este fenômeno dá-se, pois o primeiro ano é o tempo médio em que o casal leva para adaptar-se às regras do casamento e o segundo ano, é o tempo que em geral o casal necessita para amadurecer a idéia de separar-se, de ficar evidente que a primeira etapa fracassou.

Para as mulheres, quando a relação conjugal não vai bem, quando falta admiração, intimidade, e relacionamento sexual, a separação conjugal é inevitável, já que para elas, o casamento é uma relação de amor, quanto para os homens é como uma constituição de família e o fato da relação amorosa não estar indo bem, não significa o fim do casamento (CARNEIRO,1998).

MALDONADO (1995), aponta o crescente número de mulheres que tomam a iniciativa da separação, sem a concordância do homem, principalmente quando tem-se uma estabilidade financeira. Para muitas mulheres, o casamento serve como escape, pois saem da casa dos pais e vão morar com o marido, adquirem até maior identidade pessoal, se desenvolvem e a relação não evolui. Já para o homem, ficar casado é bastante conveniente e por mais que ouça reclamações constantes das mulheres, nunca acham que é sério a ponto de separar-se e quando num determinado momento a mulher chega com uma decisão irreversível o homem espanta-se por achar que o relacionamento não ia tão mal.

Para MORAES (1989), com uma maior independência da mulher, liberalismo sexual, diminuição da força da igreja, questionamento da monogamia, diminuição do autoritarismo, fazem com que o casamento contemporâneo tenha menor tempo de duração. O divórcio é um ponto crítico para homens e mulheres, pois os força a questionar e traz alterações que afetam os aspectos de suas vidas.
Algumas alterações são de ordem prática, como onde irão morar, outros são de ordem íntima, como não cometer os mesmos erros. Pelo fato de a identidade de um homem ou de uma mulher estar com freqüência ligada à do cônjuge, principalmente se durou muitos anos, o divórcio pode abalar a essência da identidade do adulto. Em cada crise, o perigo é que as pessoas permaneçam no mesmo lugar, continuando através dos anos a reagir ao impacto inicial como se este estivesse acabado de ocorrer. Em cada crise, surgem oportunidades para que as pessoas reconstruam ou criem um substituto aceitável, para que elas sejam capazes de crescer emocionalmente, de demonstrar nova capacidade de orgulho e de fortalecer os relacionamentos íntimos muito além das capacidades que possuíam anteriormente. O divórcio impõe dois conjuntos de encargos para os adultos neles envolvidos: – construir a vida como adultos e educar os filhos (WALLERSTEIN & BLAKESLEE ,1991).

Segundo MALDONADO (1995), qualquer decisão importante envolve sentimentos contraditórios, dúvidas, hesitações, confusão. Como num jogo, nem sempre é fácil admitir as perdas, principalmente quando os ganhos ainda são uma promessa, uma expectativa, mais do que algo já concreto e consolidado. Escolher implica em abrir mão de algo para buscar outras coisas e nem sempre é fácil fazer esta passagem, esta renúncia. A hesitação é fruto de um desejo, medo e culpa pela separação, e faz com que a pessoa comporte-se de modo ambíguo, deixando o parceiro confuso e atônito.

Para KINGMA (1992), o fim de um relacionamento tem certas semelhanças com o processo quando alguém morre, entra-se num processo de dor que atravessa muitos estágios e chega finalmente a encontrar uma resolução. Ao passar por esses estágios, deve-se chegar à resolução emocional, porque o sobrevivente precisa aceitar que o relacionamento acabou e nada poderá mudar este fato. Entretanto, quando há uma separação voluntária, e a pessoa com a qual construiu-se aquele relacionamento continua viva em algum lugar, há sempre na mente a possibilidade de reviver o compromisso, é um tema doloroso de muitas pessoas nos estágios finais da separação. Desta forma, existe um conjunto de sentimentos nitidamente identificáveis que marcam o processo de dor e perda, há também uma série de estágios, de sentimentos facilmente identificáveis também, pelos quais as pessoas passam à medida em que vai ocorrendo o término de um relacionamento. Esse conjunto de sentimentos aplica-se a qualquer tipo de relacionamento, seja um casamento de trinta anos, um convívio de quatro anos, ou ainda um caso de três semanas.

Até alguns anos atrás, as causas que provocavam a dissolução do casamento eram atribuídas principalmente a um dos cônjuges. Geralmente, a alternativa para a separação, era considerada como um remédio extremo para um mal irremediável na vida conjugal. A condição do separado era fortemente condenada, tanto pela igreja, quanto pela sociedade, uma pessoa separada, principalmente a mulher, era sempre tachada de pouco confiável, pouco séria. Hoje em dia, esse fenômeno é mais aceito em todos os níveis, as motivações tendem a ser mais articuladas e as separações amigáveis mais freqüentes. A partir disto, a separação é vista como a solução de um problema, ao invés do ato final de uma situação trágica. Este pensamento indica uma maturidade crescente das instituições civis e uma consciência de comportamento mais difundida entre as pessoas (GIUSTI, 1987).


Agradeço a todos, até mais  Very Happy  Very Happy 
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