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O que é Estresse

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Mensagem por Admin Qua Mar 12, 2014 7:07 pm

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Existem várias definições de estresse, onde destacam-se Lipp e Malagris (2001, p. 447) que o definem como “uma reação do organismo, como componentes psicológicos e físicos, causadas pelas alterações psicofisiológicas que ocorrem quando a pessoa confronta-se com uma situação que de alguma forma a irrite, amedronte, excite ou confunda, ou mesmo que a faça imensamente feliz”.
O termo estresse tem se tornado cada vez mais presente no dia-a-dia das pessoas. Muitos falam a respeito do assunto e sobre como lidam com o próprio estresse sem nunca terem se perguntado o que realmente ele quer dizer. Na Física, por exemplo, estresse significa o desgaste sofrido pelos materiais expostos a algum tipo de pressão ou força. Para os seres humanos, essa palavra passou a designar as conseqüências físicas e emocionais causadas por situações marcantes da vida ou dificuldades do cotidiano. Para muitas pessoas, o estresse dá um certo sabor à rotina diária, sendo uma espécie de atrativo sem o qual a vida seria monótona e tediosa (Guerra, 1999/2004).
Algumas pessoas muitas vezes usam a palavra estresse como sinônimo de ameaças ou desafios e, em outras vezes, para descrever algumas reações. Portanto, estresse não é apenas um estímulo ou uma resposta, é um processo pelo qual percebemos e reagimos a determinados eventos ameaçadores e desafiadores do ambiente (Myers, 2002).
Segundo Sampaio (1999) estresse é um mecanismo primitivo, engastado no sistema nervoso, que surgiu para preparar o organismo para as situações de perigo. Assim sendo, o estresse é a reação do organismo à tensão, seja ela física ou mental.
O estresse é um processo e não uma reação única, pois no momento em que a pessoa é sujeita a uma fonte de tensão, instala-se um processo bioquímico, com o aparecimento de taquicardia, sudorese excessiva, tensão muscular, boca seca e sensação de alerta. Com o desenvolvimento do processo do estresse, manifestam-se diferenças de acordo com as predisposições genéticas do indivíduo, devido ao enfraquecimento no decorrer da vida seja por acidentes ou doenças (Lipp & Malagris, 2001).
O estresse, seja ele de natureza física, psicológica ou social é composto de um conjunto de reações fisiológicas que se exageradas em intensidade ou duração podem levar a um desequilíbrio no organismo. No entanto, a reação ao estresse é uma atitude biológica necessária para a adaptação à situações novas (Oshima, Silva, Antunes, Semedo & Thomas, 2002).
O estresse tem trazido avanços no esclarecimento de doenças psicossomáticas, nas quais frustrações, problemas afetivos, insucessos, acarretam distúrbios orgânicos. Se estamos preocupados, tensos ou ansiosos, o nosso corpo tem a tendência de adoecer mais facilmente (Costa,1997).
Vários conceitos foram estabelecidos no decorrer dos estudos sobre o estresse, tornando-se fundamental o conhecimento dos mesmos para que o profissional que atue na área possa fazê-lo de modo consistente e produtivo. Dentre os conceitos mais importantes no campo, estão incluídos aqueles que dizem respeito às definições de estresse, estressor, sintomas e fases do estresse, como já apontados (Lipp & Malagris, 2001).
Uma vez que a reação do estresse é eliciada, não importa para o seu desenvolvimento o tipo de estressor que a iniciou. Naturalmente, se o evento estressante é interpretado como benéfico, a ação do estresse terá um fim mais rápido, pois não será mantida por cognições geradoras e mantenedoras de tensão. Selye (1956, apud Lipp & Malagris, 2001) propôs que o estresse desenvolve-se em três fases: alerta, resistência e exaustão.
Na fase de alerta, o organismo prepara-se para reação de luta ou fuga onde os sintomas presentes englobam o preparo do corpo e da mente para preservação da vida. Se o estresse continua presente, dá-se início à fase de resistência, quando o organismo tenta uma adaptação, devido a tendência a procurar a homeostase interna dando lugar a uma sensação de desgaste e cansaço. Se o estressor é contínuo e a pessoa não possui estratégias para lidar com o estresse, o organismo esgota sua reserva de energia adaptativa e a fase de exaustão manifesta-se quando aparecem doenças sérias (Lipp & Malagris, 2001).
Estudos sobre as reações de animais a vários outros estressores, como choque elétrico e trauma cirúrgico descobriu-se que a resposta adaptativa do corpo ao estresse é tão geral que a denominou síndrome geral de adaptação, composta por três fases. Na fase inicial, o indivíduo sofre um trauma físico ou emocional e vivencia uma reação de alarme devido à ativação do sistema nervoso simpático. Seu rítmo cardíaco se acelera rapidamente, colocando a pessoa como que pronta para lutar com o desafio durante. Já na segunda fase, há a resistência, onde a temperatura, a pressão arterial e a respiração continuam altas. Se este estado no seu conjunto continuar, o estresse pode ao final esgotar as reservas do corpo. Entrando na terceira fase denominada exaustão, a pessoa fica mais vulnerável a doenças (Selye,1936/1976 apud Myers, 2002).
Chama-se de estressor qualquer estímulo capaz de provocar o aparecimento de um conjunto de respostas orgânicas, mentais, psicológicas ou comportamentais relacionadas com mudanças fisiológicas, que acabam resultando em hiperfunção da glândula supra-renal e do sistema nervoso autônomo simpático. Essas respostas, em princípio, têm como objetivo adaptar o indivíduo à nova situação, gerada pelo estímulo estressor e o conjunto delas, assumindo um tempo considerável, é chamado de estresse. O estado de estresse está, então, relacionado a uma resposta de adaptação (Cabral et al., 1997).
Qualquer situação geradora de um estado emocional que proporcione uma quebra da homeostase interna e exija alguma adaptação, pode ser considerada um fator estressor. Existem eventos e situações que são estressantes, como o frio, a fome e a dor. Esses estressores chamados de biogênicos, atuam no desenvolvimento do estresse automaticamente. Outros são chamados de estressores psicossociais, que adquirem sua capacidade de estressar uma pessoa devido a sua história de vida, onde qualquer estímulo atua como um estressor (Everly, 1989 apud Lipp & Malagris, 2001).
Pesquisas têm focalizado nossas respostas a três tipos de estressores: catástrofes, mudanças significativas de vida e dificuldades cotidianas. Catástrofes são eventos imprevisíveis, como guerra e desastres naturais que são avaliados como ameaçadores. Mudanças de vida significativas como deixar o lar, a morte de um ente amado, a perda do emprego e divórcio são, por exemplo, as transições e as incertezas da vida geralmente sentidas durante o início da idade adulta. As dificuldades cotidianas correspondem a uma nota boa na prova, uma carta gratificante ou a vitória do time (Myers, 2002).
Uma outra maneira de se classificar eventos estressores é, em termos, de externos e internos. Estressores externos são constituídos por eventos desencadeados por acidentes, brigas, dificuldade financeira, enfim, por eventos que ocorrem no mundo externo da pessoa, inclusive doenças. Tudo aquilo que faz parte do mundo interno, das cognições do indivíduo, seus valores, suas crenças, suas características pessoais, sua ansiedade, seu padrão de comportamento são chamados de estressores internos (Lipp & Malagris, 2001).
Lidar com o estresse pode, ainda, significar enfrentar ou escapar do problema, além de tomar providências para evitar sua ocorrência. Pode-se lutar ou fugir, evitar, resolver o problema ou distanciar-se mentalmente. Contudo, os fatores estressantes são inevitáveis. Se o estresse não pode ser eliminado, mudado ou ignorado, a melhor situação é aprendermos administrá-lo. A administração do estresse inclui exercícios aeróbicos, relaxamento e apoio social (Myers, 2002).
Via de regra, o organismo humano vai reagindo fisiologicamente na tentativa de adaptar-se às circunstâncias. Quando o estresse evolui para a fase de esgotamento surgem diversos e variados sintomas e sinais que alertam a pessoa, o médico e os demais profissionais de saúde envolvidos: Perda de concentração mental, esquecimento; fadiga fácil, fraqueza, mal-estar, esgotamento físico, apatia, desmotivação; instabilidade, descontrole, agressividade, tendência a discussões; depressão, angústia; palpitações cardíacas; suores frios, tonturas, vertigens; dores generalizadas; respiração alterada, ofegante e curta; extremidades (mãos e pés) frias e suadas; musculatura tensa e dolorida; indigestão, Gastrite, mudança de apetite; insônia; dermatoses, alergias, queda de cabelo; tiques nervosos; isolamento e introspecção; alterações do sono; abuso de substâncias e queixas físicas sem constatação médica (Ballone, 2002).
Um outro estressor externo que, hoje em dia, está recebendo mais atenção dos pesquisadores é o que se refere à profissão da pessoa e é denominado de estresse ocupacional.
O mundo do trabalho mudou com o avanço das tecnologias. Hoje, o profissional vive sob contínua tensão, pois, além de suas habituais responsabilidades, a alta competitividade das empresas exige dele aprendizado constante e enfrentamento de novos desafios, o que faz com que, muitas vezes, supere seus próprios limites. Isso pode levá-lo ao estresse ocupacional.
O prejuízo que o estresse mal administrado pode acarretar para o ramo empresarial e para o país em termos de faltas ao emprego, licença saúde, enfartes, derrames, câncer, queda de produtividade, tristeza e depressão é incalculável (Lipp & Malagris, 2001).
O tipo de desgaste à que as pessoas estão submetidas permanentemente nos ambientes e as relações com o trabalho são fatores determinantes de doenças. Os agentes estressores psicossociais são tão potentes quanto os microorganismos e a insalubridade no desencadeamento de doenças. Tanto o operário, como o executivo, podem apresentar alterações diante dos agentes estressores psicossociais(Oshima et al., 2002).
Dentro da Psicologia, para muitos autores, o estresse ocupacional ocorre devido às atividades diárias, a pressão no ambiente de trabalho e até mesmo pelo esforço que o profissional mantém para o seu desenvolvimento e contribuição na empresa.
O alarmante é que, além de alguns funcionários parecerem gostar do estresse, muitos se tornam viciados nele, especialmente quando o assunto é trabalho. Criou-se a falsa ilusão de que, quanto mais estressado for um profissional, mais responsável e produtivo ele será. Esse é um grande equívoco!
O estresse ainda é valorizado por muitas instituições que fazem questão de afirmar que só contratam pessoas que sabem lidar com altíssimos níveis de pressão. A verdade é que, enquanto as empresas não se conscientizarem de que o tiro está saindo pela culatra, quanto mais elas valorizarem profissionais estressados que parecem extremamente produtivos por um breve período, mas que muitas vezes estão em processo de desequilíbrio, maior será o prejuízo para todos. Inúmeras vezes, essas instituições aplicam políticas de incentivo que tornam o ambiente de trabalho ainda mais hostil. Inicialmente, os resultados podem parecer promissores, mas se estas não forem aplicadas adequadamente, com o tempo, os funcionários estarão devorando uns aos outros por causa de uma possível premiação, seja ela em forma de dinheiro, ações ou viagens (Guerra, 1999/2004).
As conseqüências do quadro exposto podem ser devastadoras tais como, depressão, ansiedade, insegurança, dificuldade em dirigir-se para o ambiente de trabalho, tarefas incompletas, irritabilidade, paranóia, nervosismo e sintomas físicos como dores de cabeça e no corpo, cansaço, falta de apetite e insônia (Louis, 1987).
Talvez o ambiente do trabalho tenha se modificado e acompanhado o avanço das tecnologias com mais velocidade do que a capacidade de adaptação dos trabalhadores. Os profissionais vivem hoje sob contínua tensão, não só no ambiente de trabalho, como também na vida em geral.
O estabelecimento de um equilíbrio entre as expectativas em relação às atividades que exercemos e suas concretizações acabam sendo um dos fatores que constituem a nossa qualidade de vida, que é proporcionada pelas satisfações de condições objetivas, como renda, emprego, objetos possuídos, qualidade da habitação e subjetivas como segurança, afetividade, afeto assim como motivação, relações de auto-estima, apoio e reconhecimento social ([Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
O estresse presente na maioria dos indivíduos é um dos grandes responsáveis pela baixa qualidade de vida e infelicidade das pessoas, representando um alto custo para as empresas, pois há grande queda de produtividade, refletida nas horas de trabalho perdidas, desperdício de material de trabalho e custos elevados com assistência médica. Pode inclusive prejudicar a própria imagem da empresa (Sampaio, 1999).


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Créditos:psicologiananet.com.br
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